Do Jaleco à Consultoria: A Revolução Silenciosa do Técnico em Óptica.
Nos últimos 15 anos, presenciei uma transformação
profunda e silenciosa dentro do universo óptico. Uma mudança que talvez não
tenha recebido ainda o destaque que merece: a evolução da figura do Técnico em
Óptica. Antes confinado no balcão, a montagem de lentes e a escala milimétrica,
hoje ele assume um papel estratégico e multifacetado dentro da ótica moderna.
Lembro com clareza da imagem que dominava o setor
anos atrás: técnicos experientes, com jalecos brancos marcados pelo tempo,
bolsos abarrotados de escala milimétrica, canetas, bloco de pedidos e lentes
avulsas. Era um visual que transmitia autoridade técnica, mas pouco dizia sobre
empatia, consultoria ou experiência do cliente.
Naquela época, o atendimento era funcional e
técnico. O Técnico era o “cara dos bastidores”, o especialista em medidas e
compatibilidades, mas distante da linguagem emocional que hoje o consumidor
tanto valoriza. A preocupação com a imagem profissional era quase inexistente,
afinal, acreditava-se que o conhecimento técnico bastava para garantir
credibilidade.
Mas o mercado mudou. E o cliente também.
Hoje, o Técnico em Óptica que se destaca é aquele
que entendeu que a estética, a comunicação e a experiência são tão importantes
quanto a precisão. Ele continua dominando as curvas base, as DP’s, os
astigmatismos oblíquos e os prismas ocultos, mas agora faz isso de forma mais
próxima, humanizada, moderna. Troca o jaleco encardido por um uniforme
padronizado e elegante. Substitui o bloquinho por um tablet com software de
medição digital. E, mais importante: escuta o cliente com atenção, traduz
necessidades em soluções, explica conceitos complexos com leveza e torna-se
referência de confiança e atualização dentro da loja.
Essa nova postura não representa apenas uma mudança
de vestuário ou de ferramentas, mas de identidade profissional. O Técnico de
hoje é também educador, consultor, intérprete do comportamento visual. Ele
entende que uma lente vai muito além de medidas, envolve estilo de vida, rotina
digital, idade visual, campo de visão periférico e, claro, estética.
E isso é revolucionário.
Aqueles que ainda insistem em permanecer no modelo
antigo, escondidos no balcão, indiferentes à evolução do mercado e da imagem, estão
fadados de se tornarem obsoletos. Porque o consumidor de hoje busca mais: busca
conexão, clareza, segurança e encantamento.
A boa notícia? Nunca foi tão oportuno ser Técnico
em Óptica. O campo está fértil para quem deseja crescer, se reposicionar e
fazer parte dessa nova geração de profissionais que unem técnica, empatia e
elegância.
E você, técnico ou gestora de ótica, em qual modelo
de atendimento está vivendo hoje: o técnico do passado ou o consultor óptico do
presente?
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